- Imensurável, Incausado, Altíssimo, Vida, Ser Único
É possível pensar a respeito do Real? (…) Podemos pensar a respeito do Incognoscível? Podemos pensar, meditar no Atemporal, quando nosso pensamento é o resultado do passado, do tempo? (…) O pensamento que resulta de uma causa não será jamais capaz de formular o Incausado. Ele só pode ocupar-se do conhecido, (…). (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 263-264)
(…) Nessa liberdade, nessa solidão, há uma compreensão que transcende todas as criações da mente. Não indaguemos se a mente pode jamais ficar livre do condicionamento, da influência; averiguaremos isso à medida que formos avançando no autoconhecimento e na compreensão. O pensamento, que é um resultado, não é capaz de compreender o Incausado. (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 249)
Várias vezes tenho explicado (…). Para compreender o incriado, o não artificial, o pensamento-sentimento deve transcender aquilo que foi criado, o resultado do “eu”; (…). E só com essa libertação, só quando o observador e o observado desaparecem, há o Imensurável. (Autoconhecimento, Correto Pensar, Felicidade, pág. 127)
O que foi criado não pode pensar no Incriado. Pode pensar somente nas próprias criações, que não são o Real. (…) Podeis especular acerca do incognoscível, mas não podeis pensar a seu respeito. (…) (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 251)
(…) A realidade não é o Incriado? Não deve, pois, a mente desistir de criar, de formular, para que possa compreender o Incriado? Não deve a mente-coração ficar absolutamente quieta e silenciosa para conhecer o Real? (Idem, pág. 54)
No fim de tudo, para compreender a Vida, Deus, o Desconhecido, (…) têm a mente e o coração de estar não preparados, inseguros. Na vitalidade da insegurança reside o Eterno. (Palestras em New York City, 1935, pág. 39)
Só pode haver verdadeiramente entendimento, alegria real de viver, quando houver completa unidade, ou quando não mais existir o ponto fixo, isto é, quando a mente e o coração puderem acompanhar livres e rápidas as ondulações da Vida, da Verdade. (Idem, pág. 43)
Compreender a imortalidade, a Vida, é coisa que exige grande inteligência (…). Isso exige um incessante discernimento que só pode existir quando houver constante penetração, o demolir das paredes da tradição, da aquisitividade e das reações autoprotetoras. Podeis fugir para alguma ilusão a que chamais paz, imortalidade, Deus, porém isso não terá realidade. (…) (Idem, 1935, pág. 44)
O que, porém, há de libertar a mente e o coração da tristeza e das ilusões é o pleno apercebimento do eterno movimento da Vida. Este só é discernido quando a mente está livre do centro, daquele centro de consciência que é limitado. (Idem, pág. 45)
Assim, aquela realidade imensurável, inominável, que nenhuma palavra tem, aquela realidade só se manifesta quando a mente está toda livre e silenciosa, num estado de criação. O estado de criação não é um simples estado alcoólico, estimulado; mas quando uma pessoa compreendeu e passou por esse processo de autoconhecimento, e se acha livre de todas as reações de inveja, ambição e avidez, ver-se-á, então, que a criação é sempre nova e, por conseguinte, sempre destrutiva. (O Passo Decisivo, pág. 178)
E a criação nunca pode existir dentro da estrutura da sociedade, (…) de uma individualidade limitada. (…) E, quando há aquela criação, dá-se a total destruição de todas as coisas que um homem acumulou, e, por conseguinte, existe sempre o novo. E o novo é sempre verdadeiro, imensurável. (Idem, pág. 178)
(…) Essa ação criadora pode ser a Realidade, o Altíssimo, o Sublime, e enquanto a mente não tiver conhecimento desse estado criador, todo o seu pensar só haverá de produzir novos sofrimentos. (Palestras na Austrália e Holanda, 1955, pág. 19)
No silêncio, na tranqüilidade suprema, detida a incansável atividade da memória, está o Imensurável, o Eterno. (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 272)
É possível pensar a respeito do Real? Podemos ser capazes de formular, de imaginar e especular sobre o que pensamos ser o Real, mas é isso o Real? Pode se pensar a respeito do incognoscível? Podemos pensar, meditar no Atemporal, quando nosso pensamento é o resultado do passado, do tempo? O passado é sempre o conhecido e o pensamento que está baseado no passado só pode criar o conhecido. Por conseguinte, pensar na verdade é estar preso nas redes da ignorância. (…) O pensamento que resulta de uma causa não será jamais capaz de formular o Incausado. (…) (Idem, pág. 263-264)
Digo que a Vida é uma só, embora as expressões da Vida sejam múltiplas. (…) (Que o Entendimento seja Lei, pág. 9)
(…) A Verdade, tal como a Vida, é como o raio do sol; se sois sensato, abrir-lhe-eis as janelas; se não (…) descereis as cortinas. Se estivésseis enamorados da Verdade, essas imagens não teriam mais valor (…). (Idem, pág. 11)
Quando estiverdes enamorados da Vida e puserdes esse amor acima de todas as coisas, (…) desaparecerá então esta estagnação que chamais moral; o que ocupará vosso pensamento será, então, o quanto estais enamorados da vida (…).
E para julgar segundo a Verdade, é preciso que estejais apaixonados pela Vida; mas, então, nunca julgareis, em circunstância alguma. (…) (Idem, pág. 12)
(…) A Verdade, que é a vida, nada tem com pessoa alguma nem com organização alguma. (…) Não me interessam sociedades, religiões, dogmas; o que me interessa é a Vida, porque eu sou a Vida. Não almejais a Vida e o preenchimento da Vida, que é a Verdade; (…). (Idem, pág. 14)
A vida está a todo momento em um estado de nascença, de surgir, de vir a ser. Nesse surgir,(…) vir a ser por si mesmo, não há continuidade, nada que se possa identificar como sendo permanente. A vida está em constante movimento, em ação; cada momento dessa ação jamais existiu anteriormente e jamais existirá de novo. Cada novo momento, porém, forma uma continuidade de movimento. (Palestras em Ojai, Califórnia, 1936, pág. 89-90)
O movimento da vida não tem continuidade. Está a cada momento surgindo, vindo à existência, estando, portanto, num estado de ação, de fluxo perpétuo. (…) (Idem, pág. 90)
Afinal, que é a vida? É uma coisa sempre nova, (…). Uma coisa que se está sempre transformando, sempre criando um sentimento novo. Hoje jamais é igual a ontem, e esta é a beleza da vida. Podemos, vós e eu, enfrentar cada problema de maneira nova? (…) Nunca podereis, se estais carregado das lembranças de ontem. (…) (A Primeira e Última Liberdade, 1ª ed., pág. 262)
A plenitude da vida só é possível quando a mente-coração estiver integralmente vulnerável ao movimento da vida, sem nenhum obstáculo artificial e autocriado. A riqueza da vida advém quando a carência, com suas ilusões e valores, tiver cessado. (Palestras em Ommen, Holanda, 1936, pág. 61)
Uni-vos com a vida, e vos unireis com todas as coisas. (…) Se estais enamorado da Vida, então vós vos unireis com a Vida, quer a chameis Buda ou Cristo, (…). (Que o Entendimento seja Lei, pág. 19)
Existe um movimento, um processo de vida, sem fim, que pode ser chamado infinito. Pela autoridade e imitação, nascidas do medo, cria a mente para si própria múltiplas falsas reações, e por meio delas limita-se a si própria. (Palestras em Ojai, Califórnia, 1936, pág. 19-20)
A Vida é livre, incondicionada, ilimitável e, para atingi-la, é preciso não trilhar um caminho qualquer (…), limitado, restrito. Pois a Verdade é o todo e não a parte. A ela não podereis chegar com mentes não adestradas, apenas meio evoluídas, e com semi-evoluídas emoções, pois ela é a perfeita harmonia, o perfeito equilíbrio da mente e do coração, que é a Vida. (…) (Boletim Internacional da Estrela, set. de 1929, pág. 22)
(…) Quando já houverdes reconhecido essa Lei, que é universal, a Vida una em todas as coisas, então vivereis em verdadeira amizade e afeição a todos. (O Reino da Felicidade, pág. 69)
Mas, primeiramente, (…) tendes de tornar esse templo, que é o corpo físico, perfeito, forte e realmente belo. Cada gesto, cada movimento, cada ação (…) deve ser apurado e belo, e deve representar o templo em que habita a Eternidade (…). (O Reino da Felicidade, pág. 25)
(…) É só na essência criadora da Realidade que se verifica o término do conflito e da aflição. (…) Esse anseio de vir a ser nasce da ignorância, pois o presente é que é o Eterno. É só na solidão da Realidade que se encontra a plenitude; na chama da criação não há “outro”; só há o Ser único. (O Egoísmo e o Problema da Paz, pág. 139-140)
(…) Mas, para que compreendam o eterno, precisam eles saber que a Verdade é uma só, que a Vida é uma só, embora essa Vida se expresse de muitas maneiras. (A Finalidade da Vida, pág. 5)
Livre é o homem que vive no Eterno/ Porque a Vida é. (A Canção da Vida, 4ª ed., 1982 VI, 11, pág.13)
Ali está a unidade de toda a Vida/ Ali está a silenciosa Fonte/ que nutre os vertiginosos mundos. (Idem, X, 2, pág. 20)
Dessa Vida, imortal e livre/ Eu sou a eterna fonte/ Eis a Vida que eu canto. (Idem, VII, 8, pág. 17)